Projetos de Geração Distribuída devem se concentrar nos consumidores de baixa tensão, avalia mercado

A GD (Geração Distribuída) ficará ainda mais focada nos consumidores de baixa tensão com a abertura do ACL (Ambiente de Contratação Livre ou Mercado Livre) para toda a alta tensão, prevista para janeiro de 2024, conforme Portaria nº 50/22 do MME (Ministério de Minas e Energia).

Contudo, o novo cenário trará novas oportunidades de negócios para as energias renováveis no Mercado Livre, devido à tendência de os novos consumidores livres optarem pela energia mais limpa e à necessidade de diversificação das fontes energéticas.

Com a nova disciplina normativa, espera-se que aqueles que não poderiam migrar para o mercado livre, optem por entrar no mercado. Principalmente pela liberdade de escolha e pela possibilidade de negociar os prazos dos contratos. Ou seja, a perspectiva é de que os novos consumidores de alta tensão, que poderão ingressar no mercado livre de energia a partir de 2024, voltem-se mais à migração para o mercado livre do que em permanecer em um sistema de Geração Distribuída.

Desta maneira, a GD poderá estar mais direcionada ainda para o atendimento dos consumidores residenciais e comerciais da baixa tensão, que conseguem contar com um desconto na conta de luz e consumo de energia limpa, sem a necessidade de investimentos em equipamentos.

Avalia-se, inclusive, que haverá uma demanda superior por energias renováveis por conta da maior entrada de consumidores especiais no ACL. Com isso, a tendência é provável que se abram mais oportunidades de investimentos neste tipo de fonte, principalmente devido à necessidade da diversificação energética e busca por incentivo às renováveis, notadamente pela necessidade de alinhamento aos princípios ESG. O novo cenário também faz com que os players do setor precisem se adaptar às novas necessidades dos consumidores.